sexta-feira, 25 de novembro de 2016

SANTA JULIANA DE NICOMÉDIA, VIRGEM E MÁRTIR.


Juliana acabara de se casar com Eulógio, prefeito de Nicomédia, quando disse que só teria relações sexuais se ele aceitasse a fé em Cristo. Ela voltou então para a casa de seu pai, que mandou despi-la e surrá-la duramente e depois a entregou ao prefeito, que perguntou: “Por que, minha querida Juliana, você me decepciona, me rejeita?”. Ela respondeu: “Se adorar meu Deus, vou aceitá-lo, senão você nunca será meu senhor”. O prefeito: "Minha senhora, não posso fazer isso, porque o imperador mandaria cortar minha cabeça”. Juliana replicou: “Se você teme dessa forma um imperador mortal, como quer que eu não tema um que é imortal? Faça o que quiser, mas assim não me terá”. O prefeito mandou surrá-la duramente com vara e, durante meio dia, pendurou-a pelos cabelos, enquanto lhe derramavam chumbo derretido sobre a cabeça. Como esse tormento não lhe fez mal algum, acorrentou-a e fechou-a numa prisão, onde o diabo foi encontrá-la sob a forma de anjo dizendo: “Juliana, sou o anjo que o Senhor enviou para exortá-la a sacrificar aos deuses, de modo que não seja atormentada por tanto tempo e não morra com tão cruéis suplícios”. Então Juliana pôs-se a chorar e orou: “Senhor, meu Deus, não permita que eu fraqueje, faça com que eu conheça quem é que me dá semelhantes conselhos”. Ouviu uma voz dizendo-lhe para agarrá-lo e forçá-lo a confessar quem era. Quando ela o pegou e perguntou quem era, ele disse que era o demônio e que seu pai o havia enviado para enganá-la. Juliana: “E quem é seu pai?”. Ele respondeu: “É Belzebu, que nos faz cometer toda sorte de mal e nos faz açoitar rudemente cada vez que somos vencidos pelos cristãos, o que para minha desgraça aconteceu quando eu vim aqui, porque não pude superá-la”. Ele confessou ainda que se mantinha distante dos cristãos quando estes celebravam o mistério do Corpo do Senhor, quando oravam e ouviam as pregações. Então Juliana amarrou-lhe as mãos atrás das costas e, jogando-o ao chão, bateu duramente nele com a corrente que servia para prendê-la. O diabo dava gritos e suplicava: “Minha senhora Juliana, tenha piedade de mim”. Nisso o prefeito mandou tirar Juliana da prisão, e ao sair ela arrastou atrás de si o demônio amarrado, que continuava dizendo: “Minha senhora Juliana, não me torne ainda mais ridículo, pois de hoje em diante não poderei mais dominar quem quer que seja. Dizem que os cristãos são misericordiosos, mas você não tem piedade de mim”. Ela o arrastou assim por toda a praça, e depois o jogou numa latrina. Ao chegar diante do prefeito, ela foi amarrada numa roda de maneira tão brutal que todos os seus ossos foram deslocados e a medula saiu deles, porém, um anjo do Senhor quebrou a roda e curou-a instantaneamente. Os que foram testemunhas desse prodígio passaram a crer e foram decapitados, os homens em número de 500 e as mulheres em número de 130. Depois disso Juliana foi jogada numa caldeira cheia de chumbo derretido, mas o chumbo transformou-se num banho de temperatura agradável. O prefeito amaldiçoou seus deuses por não serem capazes de punir uma moça que lhes infligia tão grande injúria. Mandou então decapitá-la. Quando a conduziam ao local em que deveria ser executada, o demônio que ela surrara apareceu sob a aparência de um rapaz, gritando: “Não a poupem, porque ela desprezou os deuses e surrou-me violentamente esta noite. Dêem-lhe o que ela merece”. Quando Juliana ergueu os olhos para ver quem lhe falava daquela maneira, o demônio fugiu, exclamando: “Ai, pobre de mim! Ainda acho que essa moça quer me prender e acorrentar”. Depois que Juliana foi decapitada, ocorreu uma tempestade na qual se afogaram no mar o prefeito e 34 homens que o acompanhavam. Seus corpos, vomitados pelas águas, foram devorados por animais e aves.
Tais eventos se deram sob o império de Maximiano, no ano de 305.
Os gregos celebram a memória de Santa Juliana, virgem e mártir, a 21 de Dezembro e a 8 de Agosto. A ela, em Constantinopla, ergueram uma igreja.
No Ocidente, honram sua memória aos 16 de Fevereiro.
O corpo da santa virgem foi sepultado na Nicomédia, mas, tempos depois, foi transferido para a Itália, ficando em Nápoles.

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